segunda-feira, 23 de julho de 2012

Benefícios da Musculação para portadores de Diabetes Mellitus



A musculação mais do que um instrumento em prol do vigor e da beleza, hoje é a atividade física mais procurada e indicada para promoção da saúde e profilaxia de diversas patologias. Ela também dá uma força e tanto para domar o mal que eleva a glicose na circulação. Esse aumento excessivo do açúcar na corrente sanguínea é denominado Diabetes Mellitus, que atinge mais de 150 milhões de pessoas em todo mundo, o que significa que quase 5% da população mundial têm essa doença. No Brasil 7,6% das pessoas entre 30 e 69 anos tem diabetes.
A elevação de glicose (açúcar) no sangue ocorre porque a insulina, hormônio responsável pela absorção da glicose pelas células, deixa de ser produzidas pelo pâncreas, sendo produzida de forma insuficiente ou não funciona adequadamente.
O diabetes é classificado em: Tipo I, Tipo II, Gestacional e os secundários.
O Tipo I ocorre por ineficiência total ou quase total do pâncreas de produzir insulina. É causado por um fenômeno de auto-imunidade, a pessoa começa a produzir anticorpos contra seu pâncreas, contra as células que produzem a insulina( as ilhotas de Langerhans). Evolui em estágios desde uma predisposição genética modulada por fatores ambientais (infecciosos, dietéticos, tóxicos) que levam ao desenvolvimento de uma insulite auto-imuni, diminuição progressiva da secreção de insulina e da tolerância a glicose,até a deficiência absoluta de insulina com o surgimento da hiperglicemia (estagio clinico).
Pacientes com diabetes mellitus Tipo I usualmente apresentam sintomas clássicos do diabetes precedendo o diagnostico (poliúria, polidipsia, perda inexplicada de peso, polifagia, visão turva). Necessitam de insulinoterapia para sobreviver.
Já o Tipo II representa 90% a 95% dos casos de diabetes acometendo e indivíduos de qualquer idade, porem mais freqüentemente diagnosticada após os 40 anos. É provocado por um defeito na secreção e na ação da insulina ( resistência a insulina), podendo haver predomínio de um componente sobre o outro. Cerca de 80% dos pacientes apresentam sobrepeso ou obesidade e mesmo naqueles com peso normal, pode ocorrer maior predomínio de gordura na região abdominal, muitos pacientes não apresentam os sintomas clássicos do diabetes e podem permanecer durante anos sem o diagnostico da doença. O risco de desenvolver o diabetes Tipo II aumenta com a idade, excesso de peso, sedentarismo, hipertensão arterial e dislipidemia.
Diabetes mellitus gestacional (DMG) é definido como qualquer nível de intolerância a carboidratos, resultando em hiperglicemia de gravidade variável, com início ou diagnóstico durante a gestação. Sua fisiopatologia é explicada pela elevação de hormônios contra-reguladores da insulina, pelo estresse fisiológico imposto pela gravidez e a fatores predeterminantes (genéticos ou ambientais)
A Organização Mundial de saúde classifica os indivíduos como diabéticos, quando os níveis de glicose no sangue estiverem acima dos 140mg/dl.
Em vários estudos realizados em portadores de diabetes, após 6 semanas de treinamento de musculação já é possível notar uma queda de açúcar no sangue.
Tal queda pode ser explicada porque durante os exercícios, nossas células precisam de mais energia do que em repouso, por isso, utilizamos mais glicose. Durante a contração muscular, os receptores de glicose das células (GLUT 4) ficam permeáveis, ou seja, a glicose penetra na célula sem a ação da insulina. Esse fenômeno ocorre durante a contração muscular e após as refeições. Por isso, muitos diabéticos que passam a treinar em academias regularmente, tem sua dose diária de insulina diminuída (menos “agulhadas” e despesas). Alem da maior utilização de glicose pelo organismo durante o exercício, a longo prazo isso também ocorre, devido ao aumento de massa muscular, pois quanto maior a massa muscular, maior a necessidade e utilização de glicose.
O exercício fornece benefícios adicionais para o diabético, tais como:
- Melhora na sensibilidade a insulina, que resulta em uma diminuição na quantidade necessária para manter o nível sanguíneo normal de açúcar;
- Diminuição nos fatores de risco cardiovascular, com um aumento no HDL colesterol (Lipoproteína de alta densidade) e uma redução no LDL colesterol (de baixa densidade) e nos triglicerídeos circulantes;
- Ênfase na fibrinolise (aderência reduzida das plaquetas sanguíneas e menos possibilidades de formação de coágulos, que levam ao infarto ou ao acidente vascular cerebral);
- Melhora no estado psicológico e na administração do estresse associado ao diabetes ou a outros fatores;
- Aumento na massa muscular e redução na gordura, que contribuem com uma melhora na sensibilidade à insulina;
- Melhora em potencial no controle glicêmico geral, se o açúcar sanguíneo for monitorado e se forem feitos ajustes na dieta e nas medicações. 
Entretanto deve-se frisar que quaisquer benefícios obtidos na musculação ocorrem apenas se o treinamento for bem orientado e prescrito adequadamente e embasado nos princípios do treinamento por um profissional especializado e formado em educação física. A pratica de qualquer atividade física sem a orientação de um profissional competente está sujeita enfrentar situações difíceis, colocando a sua saúde em risco.